O painel Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), demonstrou que os brasileiros já destinaram R$ 500 bilhões aos cofres públicos desde o início do ano. Esse valor representa um crescimento de 8,3% em comparação ao mesmo período de 2024, quando a arrecadação foi de R$ 461,6 bilhões.
De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, esse aumento se deve a diversos fatores, incluindo o fortalecimento da atividade econômica, a elevação da inflação e ajustes nas alíquotas de impostos.
“A inflação teve um impacto significativo, pois o modelo tributário brasileiro é amplamente baseado em tributações sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços de produtos e serviços”, destacou o economista.
Além disso, a ACSP aponta outros elementos que contribuíram para o avanço da arrecadação, como o aumento das alíquotas do ICMS, a reoneração dos combustíveis, a cobrança de tributos sobre incentivos fiscais concedidos por estados e medidas adotadas pelo governo federal, como a taxação de investimentos offshore e a reintrodução do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Apesar do expressivo volume arrecadado no início de 2025, Ruiz de Gamboa projeta que a expansão da receita tributária ao longo do ano será mais moderada, em razão do menor crescimento econômico e dos reflexos da manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados.
